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sábado, 19 de dezembro de 2015

[8774] - O CULTO DO INSULTO...

Parece que passou a ser institucional e uma das mais ferozes disciplinas das olimpíadas da política, essa coisa de acusar, denegrir, insultar, vilipendiar tudo quanto seja membro de um qualquer governo, havendo até a sensação de que, conscientemente ou não, as oposições rivalizam numa luta surda de acusar, denegrir, insultar, vilipendiar mais e melhor do que os demais, quiçá na secreta esperança de, findos os jogos, lhes ser concedida a coroa de louros - ou será de espinhos?
Deixou de haver respeito pelos adversários políticos e a linguagem vai ficando cada vez mais "ordinária", muito longe da elegância retórica que costumava ser apanágio dos areópagos parlamentares... Hoje são todos inimigos uns dos outros e como tal se comportam numa autêntica guerra de impropérios em que cada vez se berra mais e se fala menos, em tristes espectáculos de lavagem de roupa suja em que a força do argumento, do esclarecimento, da explicação são substituídos pela acusação mesquinha, pelo insulto soez...
Ora, tais políticos de pacotilha esquecem-se que, ao tratar de maneira indigna os seus rivais estão insultando, também, muitas centenas de milhares de concidadãos seus, embora suportes políticos da outra parte!
Esses gatos assanhados esquecem-se, infelizmente, que eles também são gatos!

7 comentários:

  1. Quanto a políticos, je m'en fiche... agora acho estranho é um blogue de atum colocar logo um gato para fazer comparação com políticos e ainda por cima um gato viking, talvez um Gato Thor, um gato Sven ou um Gato Haakon. O que sei é que se este gote aperecesse na Praia de Bote os catchor da zona lhe tratariam dos bigodes, apesar de protegidos pelo capacete cornude. E talvez lhe dissessem, depois de um valente combate com fugas épicas pela Torre de Belém, posto de gasolina, Mindelense, Boca de Tubarom e Alfândega: "Ó gote desaforóde, bô bá pa caizim lambê bôs ferida que li ca tem lugar pa política".

    Braça com ão ão e miauuuuuuuuuuuu,
    Djack

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  2. O culto não é do insulto. Infelizmente, meu caro, caluniar, denegrir, vilipendiar, passou a ser o pão de cada dia não só de frustrados da vida como de quem pede socorro e, para não retribuir, tudo faz para se colocar na posição de vitima com a cumplicidade de "artistas" sem escrúpulos que esquecem que seus telhados são de vidro.
    A cobardia vai a ponto de desmiolarem a vida privada procurando pontos para criarem capítulos mais sombrios que atinjam melhor. "A calúnia é como o carvão; quando não queima suja".
    Grande é a extensão da maledicência que destrói amizades que contrariam o adágio "Amigo é para todos os momentos". Isso do adàgio... foi e já não conta na sociedade actual onde impera (também) o egoísmo predador.
    V/

    P.S. - Os miaus e os ãos ãos não contam para esse tipo de individuos.

    Haja serenidade para que não aparecerem mais "Dias 11" e cingir-se em "Quem deixou de ser amigo é que nunca o foi". c

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  3. Zito, como sabe, isto não é de hoje. Remonta aos primórdios da liberdade trazida pelo Liberalismo. É ver o que se passava nas monarquias constitucionais e na I República. O regabofe da maledicência, do insulto soez disfarçado com enfeite retórico, da insinuação rasca, do passa-culpas cobarde, é coisa que nos está na massa do sangue. Não tem cura e assim será por secula seculorum.

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  4. Desde que a menininha Eva prová daquala maçã...Começá logo mal "dizença".

    Boa Bananada!


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  5. Djack - O gato, como os políticos, é o mais dissimulado e oportunista de todos os bichinhos de estimação...Daí, a escolha! O elmo cornudo é uma espécie de disfarce em que o preguiçoso miau se mascara de viking, essa gesta de guerreiros corajosos e leais, características que, nem de longe, nem de perto, distinguem a maioria dos políticos...Como se dizia no carnaval do moindelo, "trá máscra quê já m'conchebo!"
    Braça com cheiro a entrudo
    Zito

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  6. Zito, esta maleita que nos está na massa do sangue nota-se também em outras facetas do nosso viver. Por exemplo, as discussões sobre a arbitragem no futebol. Gosto deste desporto, mas sempre que abro um programa desportivo e aparecem as patéticas discussões sobre arbitragem, fujo logo, mudo de canal. Parece que este fenómeno só acontece chez nous no mundo futebolístico.

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    1. Tem toda a razão, meu caro...No entanto, creio que esta coisa de tudo discutir e maltratar os causadores das nossas tristezas e frustrações é capaz de ser uma marca do ADN latino que, na Europa, terá o seu climax na Itália - se calhar por motivos óbvios - e, depois, se estende para as Américas centrais e meridionais onde pontificarão Argentinos, Mexicanos e, claro, Brasileiros...Creio que esta malta tem toda os nervos à flor da pele, ferve em pouca água e não perde uma única oportunidade para desancar o parceiro em velhas "peixeiradas" qualificativo, ele próprio, injurioso para as
      extintas profissionais do velho carapau-de-gato! Enfim, como cada povo tem o governo que merece, talvez o inverso também seja paradigmático!

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