Páginas

segunda-feira, 11 de abril de 2016

[9111] - A FEIJOADA BRASILEIRA...

Rico em cultura nos seus mais diversos aspectos, o Brasil, apesar de ser um país relativamente novo se comparado a outras culturas, tem suas raízes bem identificadas em muitos aspectos. Quando o assunto e comida, temos na feijoada um elemento tipicamente brasileiro.

Segundo as histórias mais conhecidas, no tempo de escravidão apenas pessoas da maior nobreza, com melhores condições financeiras e sociais, poderiam comer carnes nobres, seja de boi, porco ou frango. No caso dos suínos, muitas peças não eram aproveitadas e acabavam “se perdendo” em meio ao lixo orgânico.

Tendo a necessidade de se alimentar constantemente e tendo poucas opções, os escravos acabaram unindo o útil ao agradável na arte de driblas as adversidades da vida e preparar uma boa feijoada: Reaproveitaram partes de carne, evitando um acúmulo de carne não aproveitada, e também constituir um importante valor de ferro e nutrientes a sua rotina puxada de trabalho praticamente integral. Além de, obviamente, propagarem uma mistura de feijão preto e partes de porco que dá água na boa a qualquer um.

Porém, há relatos também de que a feijoada na verdade foi apenas um resultado da mistura dos diversos cozidos europeus e, com a chegada dos portugueses ao Brasil, foi necessária uma adaptação para com o que havia em abundância, no caso as partes de porco não-utilizadas.

Geralmente, a feijoada tradicional conta com várias partes da carne de porco: Orelha, rabo, pé, linguiça e bacon, sendo todos eles acompanhados com couve desfiada e a tradicional caipirinha. O grande desafio para esse prato nos dias de hoje é: reduzir o teor de colesterol da feijoada ou até mesmo eliminar um pouco da sensação de “peso” que automaticamente esse prato possui.

Para isso, a utilização de porcos com menor índice de gordura em sua carne ou até mesmo a implementação de uma feijoada “vegetariana” aparecem como alternativas para quem deseja sentir sempre o paladar apurado da receita, mas não quer se desviar da dieta. Na última alternativa, o feijão preto é substituído por grãos mais leves, como grão de bico, lentilha etc.

A mistura de feijão preto é tão tradicional que, em restaurantes e botecos que servem o prato, os dias de quarta e sábado são praticamente instituídos como os “dias da feijoada.”

Mesmo que a sua origem ainda tenha algumas divergências históricas, uma coisa não há como argumentar: A grande popularização da feijoada se dá no mundo inteiro graças ao Brasil. E isso já faz do prato um item genuinamente brasileiro. (Gourmet Express)

1 comentário:

  1. Já ouvi que o feijão preto até é menos pesado e propenso à formação de gases intestinais, do que o feijão comum.

    ResponderEliminar