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segunda-feira, 25 de abril de 2016

[9157] - OS CRAVOS DA REVOLUÇÃO...


Mais de quarenta anos transcorridos, ainda hoje me interrogo porque diabo haveria eu e outras centenas de milhares, como eu de, subitamente sermos forçados a emigrar para o nosso próprio país porque, finalmente, se havia inventado a liberdade...
Podem crer que, nem eu, nem a grande maioria das outras centenas de milhares, somos inimigos da liberdade, do constitucionalismo, da democracia... O que nos dói é que esses três pilares da perfeição político-social, para se implantarem, tivessem provocado um tal tsunami de vítimas inocentes,  acabado por  permitir a implantação de regimes onde campeiam o oportunismo, a demagogia, a corrupção...
E isso significa que todos esses milhares de cidadãos, descendentes de gerações que, deste extremo da Europa, ao longo de séculos, seguiram as rotas dos navegadores de quinhentos foram forçados a regressar às origens que já não eram as suas, em nome de valores mais altos que, afinal, falharam em toda a linha, ou quase...
É por isso que, por muito que o tempo passe não conseguimos extirpar este sentimento de amargura das nossas memórias!

6 comentários:

  1. Padecemos da mesma doença que nunca mais se cura, caro irmão. De forma diferente, e sem querer, fomos obrigados a partir querendo ficar. Ainda se o sacrificio dessa algum bem estar a muitos...
    Alguém um dia disse "La bétise est la réussite des ratés". E o pior é que tivemos muitos "ratés" que se consideravam os melhores filhos.
    Um braça cheie de sodade de nôs terra, terra de nôs tude mà qu'até agora tem side sô d'uns.

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  2. O 25 de Abril e a Descolonização vistos por Zito 'mondrong' e Mnin de Soncente
    Como é que Zito Azevedo um 'mondrong' mais mnin de Soncente do que os verdadeiros , é de repente apanhado (pela marcha da história que ninguém viu irromper) em flagrante delito de "colono" "na tchom de Soncent" que pisou desde criancinha e que virou sua terra, de onde nunca contava sair!?
    Zito conta aqui a amargura que carrega pelo resto da sua vida, uma pessoa que foi presa em 1977, passou pelas masmorras da nova Securitate cabo-verdiana, com a falsa acusação de conspirar contra o Paigc (imaginem a acusação de preparar um golpe de estado, só se fosse com forquilhas!!), quando todos sabemos hoje que os comerciantes mindelenses estavam a cometer um único crime de se queixarem das políticas centralistas e colectivistas do governo da 1ª república, que já asfixiavam S. Vicente. Como é que os comerciantes que viviam do seu negócio iam sobreviver naquela terra?
    Resultado, Zito e vários outros que foram apanhados no 1º endurecimento do regime do Paigc, puseram-se a jeito, e ele como tinha a infelicidade de ser mondrong resmunguento foi corrido, de Cabo Verde 'manu militari', 'sem cmida de camin'. Bom Zito teve sorte de ser mondrong e de estar vivo, pois senão sairia estropiado das marmorras, como aconteceu aos infelizes e inocentes cidadãos, uns anjinhos que pensaram que o regime do Paigc não passava de tigre de papel. A estratégia desta onda de prisões era simples: vergar, intimidar a ilha de S. Vicente contestatária por natureza e erradicar qualquer veleidade contra o novo regime!!

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  3. Querido Zito, entendemos muito bem a sua mágoa irreparável. Pode ter acontecido que o que norteou os ideais do 25 de Abril, feito por militares, foi fundamentalmente a cessação da guerra. Logo, a paz sempre desejada e o desenho de um quadro de negociações para as independências das ex-colónias. Terão sido esses os desejos primevos dos chamados Capitães de Abril? À distância de 42 anos queremos acreditar que sim. Vamos admitir que sim. Embora como diz e com razão: "...em nome de valores mais altos que, afinal, falharam em toda a linha ou, quase..."
    Mas infelizmente tudo se precipitou. Deixaram as pessoas entregues à "bicharada" sem qualquer defesa ou protecção. Apareceram e campearam os oportunistas maus, com ajustes de contas pessoais e de classe social e atormentaram pessoas boas, cidadãos íntegros, cabo-verdianos de coração e de direito, como o Zito e família. Enfim, todos conhecemos esta história. Felizmente que ela vai sendo refeita, com novas abordagens e outros pontos de vista...
    E longe de nós! a História contada na primeira pessoa por aqueles que se julgam os "melhores filhos" e "missionados donos da terra" Abrenúncio! Mas eu entendo que isso não ajudará muito a sanar a mágoa imensa que lhe foi causada imerecidamente.
    Abraços

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  4. Tudo isso é "Vida". Quando nascemos estamos sujeitamos a um percurso ao longo da vida que muitas vezes não depende de nós, nem dos nossos familiares. Mas o importante em cada etapa desse percurso é, pararmos e fazer uma reflexão do tempo percorrido e perguntar se valeu a pena termos nascido e vivido.
    E disso não tenho dúvidas que para muito de nós é que "Valeu a Pena"

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    1. O Poeta já o tinha dito: Vale sempre a pena quando a alma não é pequena"... Não sou eu, nem os outros muitos milhares, que temos de nos sentir arrependidos! A questão é sentirmos que tudo, ou uma grande parte, poderia ter sido diferente se as nossas vidas não tivessem sido condicionadas de forma ultrajante...Teria, sempre, valido a pena!

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  5. Não tenha medo de escrever para quem saiba ler e entender que "em nome de valores mais altos que, afinal, falharam em toda a linha" sem o "ou quase"... Tudo falhou, porque esses "valores", eram comunistas, criminiosos. Como costumo dizer é dos livros, livros cuja lista divulguei nos meus escritos on-line e na minha pagina Facebook! Não ha aqui meias conversas, em Portugal, capitães comunistas, esquerdistas do mundo comunista, deram um golpe militar e entregaram Cabo Verde, aos seus camaradas comunistas do PAIGC.

    42 anos depois ja era tempo de chamarmos os bois pelos nomes, e não estarmos aqui com conversinhas mansas, como a da dra Ondina Ferreira, que escreve e cito: "Terão sido esses os desejos primevos dos chamados Capitães de Abril? À distância de 42 anos queremos acreditar que sim. Vamos admitir que sim"
    Como pode a dra Ondina acreditar numa espécie de "boa fé" nos "valores" dessa gente, quando sabe perfeitammente que havia um programa politico COMUNISTA do PAIGC e de Cabral para a Guiné Cabo Verde?

    Os chamados programas MAIOR e MENOR, do PAIGC, escrito por Cabral, foram decalcados de Lenine, senhora dra Ondina. São conceitos leninistas. Basta desta condescendênci: Cabral era comunista e admirava Lenine!!!

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