O recém-empossado ministro da Cultura, Abraão Vicente, defendeu esta segunda-feira, 25, no seu primeiro dia como titular da pasta, que suspeita que não há candidatura da Morna e do Campo de Concentração do Tarrafal a património da Humanidade.Ministro da Cultura diz suspeitar da existência da candidatura da Morna a património da Humanidade
“Não existe nenhum dossiê que fale da candidatura da Morna a património da Humanidade nem do Campo de Concentração do Tarrafal” nos documentos que recebeu do seu antecessor.
Por isso, o novo ministro da Cultura, Abraão Vicente, diz partir do princípio de que não existem. Segundo enfatizou, era de esperar que essas informações fossem cedidas na passagem de pastas.
O ministro da Cultura começou o seu primeiro dia de trabalho, com uma visita à Ribeira Grande de Santiago (Cidade Velha). E a explicação é no seu entender óbvia: “Cidade Velha porque é aqui que começamos como Nação”.
Primeiro teve um encontro oficial com o autarca Manuel de Pina, com vista a tomar o pulso à situação do município, principalmente no que toca à colaboração entre o Ministério da Cultura e a Câmara Municipal da Cidade Velha. Isto, no sentido de “desencravar os projectos engavetados”.
Referindo-se à Cidade Velha, Abraão Vicente defendeu que “Cabo Verde não pode dar-se ao luxo de ter um património da humanidade dentro do seu território e não fazer uso dele”.
A conversa entre o ministro e o autarca estendeu-se por cerca de uma hora porque, segundo Vicente, "havia muito para falar”. Isso tanto a nível da gestão patrimonial, o plano de gestão, o relacionamento entre o Governo e a autarquia, entre outros.
Garantiu que vai criar uma cultura de facilitação - um ministério mais pragmático, próximo dos projectos, concretizador e que toque vários aspectos. Dai defender que foi “ouvir para começar bem”.
O ministro diz que vai fazer da Cidade Velha uma plataforma de recepção não só de investimentos como de turistas e projectos economicamente viáveis. Reforçou ainda que Cabo Verde não precisa apenas de apoio financeiro dos parceiros internacionais, mas também de apoio técnico.
No caso da Cidade Velha em concreto defendeu ser preciso preservar o património construído, bem como fazer um marketing necessário para que se possa alavancar o potencial turístico que a localidade tem.
Defendeu entretanto a necessidade de intervenção nas várias ilhas do país, como são, a seu ver a Cidade de São Filipe, Mindelo, Ilha do Maio, Santo Antão, entre outros. E garante estar pronto para tomar algumas decisões difíceis necessárias para desencravar o desenvolvimento do legado patrimonial.
Por seu turno, o autarca da Cidade Velha, Manuel de Pina, diz ter recebido a visita do novo ministro com muita expectativa, uma vez que vai ser possível tomar o pulsar do sitio histórico, tanto os problemas como as perspectivas e as oportunidades.
Pelo que diz esperançoso que “muita coisa vai melhorar”, apontando que a população da Cidade Velha até agora não ter apropriado do sítio histórico. Daí ter realçando que "o primeiro património são as pessoas". Lamentou ainda que vários projectos tenham ficado pelo caminho.
Sanny Fonseca (A Semana)
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