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quinta-feira, 2 de junho de 2016

[9272] - SOBRE O MANIFESTO REGIONALISTA...

MANIFESTO
(DA VOZ DA ILHA COSMOPOLITA SAO VICENTE)

Gostei da reivindicaçao deste cidadão sanvicentino de gema que quer que se faça como em Portugal, para atenuar o bairrismo e regionalismo exacerbados entre o Porto e Lisboa. Aqui, entre Mindelo e Praia. Só com criticas do género que S. Vicente reconquistara, com devido respeito, o seu espaço na cena politica nacional. Há 18 dias, a cientista poltica, Dra. Eurides Monteiro, tera dito em comentario ao Jornal Domingo da Televissao de Cabo Verde/RTCI, a despeito da Revista literaria "Claridade", publicada antes da Independencia de Cabo Verde pelos claridosos (Baltazar Lopes e os demais), que uma das duas partes dela era dedicada sem relevancia aos escritores da ilha de Santiago - dito de outro modo, para elucidar-nos que afinal na era colonial a ilha de S. Vicente era priviligiada, em ralação à de Santiago, face ao predominio desta aquela ilha do Porto Grande. Tudo bem, mas a comentarista ao serviço do sistema contra nós, deveria ter dito que, logo que ascendermos à Independencia de Cabo Verde, continuou a dominar as gentes do Norte (gente de Santo Antao, S. Vicente e Sao Nicolau) , aquando do I Governo da Republica de Cabo Verde - dirigido pelo unico foguense, Pedro Pires, contando com unico santiagense, Dr. David Hopffer Almada, então Ministro da Justiça, depois da Informaçao e Cultura, devido à legitimidade historica (revolucionria), pois enquanto combatentes da liberdade da Patria com mais escolaridade, por via de regra, que os santiaguenses, no processo de libertaçao da Guine e Cabo Verde, liderado pelo guinense, filho de santiagenses, Engenheiro Amilcar Cabral, teriam de ser dirigentes que dominavam o aparelho do Estado, ao lado dos boavistenses, Aristides Pereira, Joao Pereira (Pereirona), Vieira, são-nicolense, Osvaldo Lopes da Silva, e Pedro Pires (foguense), no “ancien regime” do partido unico sob a egide do PAIGC/CV. Curiosamente, estes homens que eram vistos pelos santiagenses,como "sampadjuds" é que foram responsaveis pelo abandono da ilha de S. Vicente, onde nasceu a revista Claridade, de Baltazar Lopes (são-nicolense), ao centralizar quase tudo na Capital Dai, o inicio da concentraçao dos órgãos, e consequentemente, de recursos na Cidade da Praia, em detrimento de alguns concelhos da propria ilha de Santiago, e de outras ilhas, como o Fogo, de que Pedro Pires, enquanto Primerio-Ministro é originario, com descendencia guineense proxima, embora tenha dado a ilha de S. Vicente um estaleiro naval instalado no manso porto do que o agitado da ilha de Santiago, acabado por não acrescentar nada à economia do país perante a crise da marinha mercante. Estes homens fizeram mais a favor dos Santiaguenses, em 15 anos no exercicio do Poder, do que os dirigentes santiaguenses, hoje dominantes, em plena Democracia, a partir de 2001, ao majorar a concentrar na ilha de Santiago a maior parte no desenvolvimento da Ilha de Santiago, em detrimento das demais 8 ilhas ilhas habitadas, embora o santiaguense, com sangue foguense e santantonense, tenha infraestrururado ultimamente as ilhas de Santo Antão e Fogo, com objectivos eleitoriais, perante a saturação das despesas de investimento do capital fixo. Aqueles homens da I Republica que se iniciou com a Independencia de Cabo Verde, a 5 de Julho de 1975, teriam contribuido sobremaneira para o desenvolvimento da Ilha de Santiago, em particular na Cidade da Praia, onde se acham ainda instalados os Ministerios e Secretarias do Estado, tendo proporcionado a santiaguenses acesso aos cursos superiores em pé de igualdade com os demais, ao contrario do que se vem verificando em plena II Republica com os santiaguenses a dominar o aparelho do Estado, dando preferencia, ultimamente, aos naturais da Ilha de Santiago nas Chefias Intermedias da Admnistração Publica, sobretudo da Função Publica. Por incrivel que pareça, os formados na geração do dominio dos “sampadjuds”, por incrivel que pareça, tem sido ingratos para com os do Norte, na distribuição de cargos politicos em órgãos de soberania nacional, podendo correr o risco de os do Norte não contarem com alguns destes cargos em razão dos Ministros serem mais da ilha de Santiago e Fogo. Sem entrarmos no bairrismo entre os “badios de fora” com mais interesses politicos na Santa Catarina onde há muitos intelectuais e párocos, e “os da Cidade da Praia", gostariamos de alertar a comentarista Eurides Monteiro, que ainda existe esta luta, ainda que se tenha tornado salutar no processo de unidade nacional por via de busca de equilibrio sócio-cultural, económico e politico entre todos nós, para o que se verifica hoje, ao contrario da I Republica em que repudiavamos o mau tratatamento nas Repartições do Estado aos nossos irmãos santiaguenses de fora, o orgulho de se “ser badio” perante os então previligiados “sampadjud”, nos tempos da Colonia em que os portugueses alimentavam a divisão entre S. Vicente e Praia para reinar. Em meio de dominio natural dos santiaguenses e foguenses, no Aparato do Estado situação de dominio, tanto na Camara Municipal da Praia e no Poder Central, há que se proceder à distribuição de cargos de chefia e dos membros executivos dos Institutos publicos e empresas publicas e de outras onde há participação de capitais publicos, entre todos os cabo-verdianos, de maneira que nos sintamos mais cabo-verdianos que bairristas e regionalistas salutares. Acho que deveria haver nova postura politica na Prais, Capital de Cabo Verde, onde dever-se-á de contar com os de fora, e não apenas com os “di li", nos cargos autarquicos, se e na medida em que devem ser chamados “os de fora”, quer do interior de Santiago, quer de outras ilhas, a participarem no desenvolvimento dos órgãos municipais, e não só, até que algum dia se extingam organizações de caracter regionalista, como o Forum Regionalizar S. Vicente, sucedido pelo Regionalizar Cabo Verde, Associação Pro-Praia, Associação Santa Catarina, com pretensões regionalistas, como os são-vicentinos, que só servem para alimentar o divisionismo ou separação entre  todos os cabo-verdianos, com sangue “badio” remoto. Afinal todos nós devemos gostar da Cidade da Praia, por ser nossa, se não, não seria de Cabo Verde. Pedro Rogério Delgado

1 comentário:

  1. Será que é preciso que os párocos das ilhas mandem tocar o sino a rebate para que as populações acordem e tenham uma palavra sobre o que na verdade querem? Porque é que os actores da cidadania cabo-verdiana não passam de meia dúzia de pessoas?

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