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domingo, 14 de agosto de 2016

[9566] - PAPINHA...TECNOLÓGICA...


Aínda me recordo bem das autênticas "batalhas" que eram dar de comer aos meus filhos quando aínda bebés e, mais tarde, aos meus netos... As horas da papa eram exercícios de paciência em que era necessário deitar mão a uma vasta gama de estratégias das quais, o aviãozinho era a mais utilizada... No fim, metade da papa tinha escorrido para o "babete" e o braço estava entorpecido de tantas voltas e reviravoltas ao som dos "vum-vuns" onomatopeicos... Finda a batalha, a vida regressava ao normal durante umas tantas horas até à refrega seguinte, numa rotina que tinha tanto de fatigante como de exultante...
Ontem de manhã, no restaurante onde fui, com a Maiúca, comer a sardinhada dos sábados, vi algo que, de certa forma, me chocou...Uma mãe, muito jovem, dava a papa ao seu bebé, com a ajuda de um desses telemóveis inteligentes que debitava um vídeo acompanhado por uma melopeia sonora mas que captava, de forma quase hipnótica, a atenção do miúdo - ou miúda - que lá ía abrindo a boca em sequência cronométrica, nitidamente robotizada...
A tecnologia acabou, neste pormenor, por dar cabo do romantismo que envolvia as heróicas lutas de dar a papa aos bebés e, naquele momento, aflorou-me aos olhos uma lágrima de imensa saudade dos bons tempos em que não havia telemóveis a substituír o aviãozinho que transportava toneladas de amor e carinho em cada colherada de papa!










3 comentários:

  1. Vá, e agora uma pela avó... vá, mais uma pelo avô... agora esta pelo palhacinho... e esta pelo Rato Mickey... vá,só faltam duas, uma pelo Pernalonga... e para acabar, uma pelo Pato Donald. Pronto, já está, viste como não custou nada?...

    Braça com Farinha Amparo e Farinha 33,
    Djack

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  2. De um lado, temos uma rica e ternurenta crónica que até teve o condão de me despertar uma lagriminha no canto olho, que quase sempre é o esquerdo, vá-se lá saber porquê. Além de canhoto de pés, será que o sou também de olhos? De mãos sou dextro. De outro lado, temos mais uma divertida "pirraça" do nosso Djack.
    Ambos ajudaram a amenizar esta tarde calorenta. Quanto à sardinhada semanal, cá em minha casa é às sextas-feiras, que é o dia em que o restaurante mais perto confecciona a iguaria. Vou lá buscar uma dose pelo sistema take-away, que é relativamente barato, cómodo e despachado. Uma dose de 7 sardinhas das graúdas com o respectivo acompanhante fica em 8 euros. E o ambiente da casa fica sem o pestilento cheiro da assadura.

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    1. Por aqui também se faz o mesmo, sem dia de semana marcado, porque em sítio perto de mar o saboroso bicho na grelha existe todos os dias nos restaurantes locais, onde também o vou buscar. Por gosto e pelo motivo final apontado pelo Adri.

      Braça apenas com espinhas e cabeças finais,
      Djack

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