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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

[9665] - A ALETRIA DOCE...


Vistas bem as coisas, estamos a pouco mais de 3 meses do Natal, pelo que estas visitas que vamos fazendo por iguarias dessa época que se podem, perfeitamente, consumir todo o ano, encontram justificação no interesse que as pessoas por norma cultivam por conhecer a origem daquilo que se come, se veste, se pratica...Por isso, hoje vamos falar da aletria, uma massa que, pelos vistos, não foi trazida da China para a Europa por Marco Polo...

Aletria (do árabe hispanizado alaṭríyya ou aliṭríyya, a partir do árabe clássico iṭriyah, sendo este derivado do aramaico rabínico iṭṭĕrī[tā]: espécie de massa; este último seria proveniente do latim attrīta: 'esmigalhada', 'sopa') é uma massa alimentícia, de fios finos, utilizada para fazer sopas e doces. A palavra "aletria" é equivalente à italiana ou francesa "vermicelle". 

O Llibre de Sent Soví, um conjunto de dois manuscritos do século XIV, em catalão, contém a compilação de 200 receitas, dentre as quais existem duas com alatria - "Qui parla con se cou alatria". Entretanto, aquilo que chamava aletria deveria ter um formato bem diferente dos atuais fios finos de massa.

A aletria provavelmente foi trazida para a Península Ibérica pelos mouros, no século VIII ou IX. Manteve-se em Portugal e incorporada na culinária portuguesa, passando a designar a massa de fios muito finos, com a qual se prepara um doce típico de Natal, presente em quase todas as regiões do país. No entanto, com o tempo, o nome "aletria" foi desaparecendo na Espanha, mantendo-se apenas na região do antigo Reino de Múrcia. Destaca-se que a cozinha catalã se enriqueceu muito com produtos divulgados pelos árabes, inclusive a aletria.

Também no Brasil, a aletria é usada em doces e sopas, sendo também conhecida como "macarrão cabelo de anjo".

Em cada localidade, a aletria apresenta particularidades - maior o menor quantidade de massa, com ou sem gemas. Nas Beiras, a aletria é de consistência compacta e pode-se cortá-la em fatias. No Minho a consistência é mais cremosa.

Mas, compacta  ou cremosa, de leite vulgar ou condensado a aletria doce é um petisco que eu não me importaria de comer frequentemente, todo o ano,  tal como as rabanadas que, ao pequeno almoço são o máximo!

Alguns dados colhidos
da Wikipedia

1 comentário:

  1. Boa explicação, sim senhor. Apesar de, com o tempo, ter ido refreando a minha gulodice, mesmo assim aprecio estas iguarias. Mas com moderação, mais por uma questão de disciplina alimentar do que por imposição sanitária, pois o meu nível de glicémia é felizmente baixo.

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