Quando pensamos num deserto, o último pensamento que nos surge é que aquele local tenha potencial para ser fértil. Isso era verdade até agora, com a mais recente tecnologia a ser usada para criar uma floresta em pleno deserto no Egipto. E há mais um detalhe: tudo isto é feito através da utilização dos esgotos.
A criação da floresta Serapium, na região de Ismaília, teve início da década de 90, como parte de um projecto de investigação levado a cabo por cientistas egípcios e alemães para revitalizar 36 pontos no deserto. Quando o projecto começou, o grande problema e desafio era como levar água até à região. A solução inovadora encontrada está assente na utilização dos esgotos.
Sendo a água potável um recurso altamente escasso no deserto, foi preciso encontrar alternativas que ajudassem a pôr o projecto em prática. Assim, o sistema de tratamento foi instalado numa bacia de drenagem para efluentes de esgoto, a duas horas de Cairo. O processo de “limpeza” passa por duas fases de tratamento distintas. Na primeira etapa são retirados os resíduos sólidos, para numa segunda fase serem introduzidos micróbios e oxigénio, componentes estes que vão destruir os materiais orgânicos.
É assim criado um líquido com alta concentração de fosfato e compostos de azoto, que atravessa todo o sistema para chegar às árvores e funciona como fertilizante natural de alta eficácia. O abastecimento é feito duas vezes ao dia e cada árvore recebe, em média, cinco litros de água.
Este inovador processo explica o muito mais rápido crescimento das árvores neste local, que pode chegar a níveis quatro vezes superiores. Devido à elevada concentração de componentes químicos, este processo não pode ser utilizado na irrigação de plantas comestíveis e alimentos. Para isso acontecer, teria de haver uma terceira fase no tratamento de esgotos, extremamente caro e pouco viável a nível económico. Mesmo não podendo ser utilizado para esse fim, este inovador sistema está já a ter um impacto imenso no desenvolvimento da área arborizada nesta região. (in GreenSavers)
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Sobre este assunto , comentou José Fortes Lopes que nos colocou na pista desta reportagem:
Altura ideal para transferir esta tecnologia e optimizar a estação de tratamento de águas residuais da Ribeira de Vinha, situada em S. Vicente de Cabo Verde, essa ilha sedenta de água com uma paisagem totalmente desértica que podería, assim, ficar verdejante!
Perto das grutas de Qumram, em pleno deserto israelita, vi eu próspera agricultura que me deixou de boca aberta. Quando o homem quer, realiza. Não posso também deixar de dizer que viajei em Santo Antão pela estrada de Corda e aí vi o vulto de muitas árvores por entre o nevoeiro.
ResponderEliminarBraça arbórea e dêem um hurra por estar a cair chuva em Cabo Verde
Djack
Claro que se pode adoptar este método em Cabo Verde.
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