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segunda-feira, 27 de abril de 2015

[8076] - TRÊS DÉCADAS DE ROLLS-ROYCE...




TRÊS MODELOS, CADA UM DA SUA DÉCADA, DA MAIS PRESTIGIADA MARCA
EUROPEIA DE AUTOMÓVEIS, NUM TEMPO EM QUE O REQUINTE DAS
FORMAS E DOS ACABAMENTOS ERA PRIMORDIAL...

6 comentários:

  1. O dono do Arroz não o diz, porque é comedido nas palavras e discreto nos costumes - como aliás é de bom tom entre o verdadeiro jet-set -, mas o terceiro carro ainda lhe pertence, comprado diazá a um inglês da Western, mister Bob Roberts Thompson que regressou do Mindelo à velha Albion depois de cumprir a sua comissão de serviço. Era na bagageira externa que ali vemos atrás que o Zito e a família levavam a cachupa para a Baía das Gatas e é ali ainda hoje que ele leva o cozido à portuguesa para a Cruz Quebrada (mais vezes para o Estoril), quando para lá vai a banhos. Quando virem passar este bólide em alta velocidade na marginal da linha, olhem bem que lá vai ele todo lampeiro, de chapéu panamá-jack e charuto cubano ao canto da boca. Junto ao cozido, claro, segue uma garrafinha de gin Hendrick's embrulhada numa toalha para não se partir e um termo cheio de cubos de gelo .
    Quem sabe viver, sabe mesmo.

    Braça de luxo,
    Djack (pelintra)

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  2. Do mesmo tipo do carro amarelo, conhecido na nôs terra por "córre caracunda", apareceu no Mindelo um Chrysler (sem a mala à traz) pertença de um italiano da Italcable que, todas as tardes passeava pelas Ruas do Telegtaph, de Lisboa e Machado para depois dar as tradicionais voltinhas à Praça Nova, com a Esposa ao lado, uma estampa de mulher loira. Por onde passavam a circulação parava para não só ver o carro com a belissima ragazza que ia trajada a rigor ao seu lado.
    Não podendo suportar mais a brincadeira dos mirones o rapaz que, digamos de passagem, tinha pinta de actor de cinema, largava o volante, fazia um manguito, e dizia "Toma !!! Isto é só para mim".
    Ê possivel que o Zito se lembre disto pois todos se divertiam com a ciumeira do italiano

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  3. Djack, o meu carro era o Silver Ghost, mais espaçoso para os 4 membros da familia e comprei-o a um gerente da Miller's cujo nome não retive... Mas tive que o devolver passados dois anos porque, afinal, o cavalheiro havia "afanado" o veículo em Londres, antes de embarcar para S.Vicente...O pior de tudo é que as autoridades nunca chegaram a acordo quanto ao transporte do dito
    fantasma que acabou por apodrecer num quintalão anexo à velha Alfândega...
    Val, dos três elementos da tua recordação, tenho uma vaga ideia do Chrysler e do marido da loira que, essa, seria dificil esquecer, mesmo a tantas dezenas de anos de distância...

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    1. Blasts!!! Fui mesmo mal informado. Eu sei quem era o bicho, o da Miller's, era o sr. Keith Palmer, de Eastbourn no Sussex, um sardento asqueroso, magro que nem um esqueleto da sala de Ciências do Gil Eanes. O tipo era um vigarista do pior, ia ao plurim d'pexe e roubava postas de atum que metia dentro dos bolsos das calças que eram sempre as mesmas, pois tinham receptáculos especiais, feitos para o efeito. Quando o pessoal passava por ele e tapava o nariz devido ao mau cheiro acumulado, ele dizia "Sorry, bud!" que era criada que não sabia lavar a roupa... Sim, sim,ainda vi o Ghost lá na quintalona d'Alfândega, poiso certo da Mari Salema que debaixo do banco traseiro escondia sempre uma garrafita de grogue para aliviar o cheiro que nela ficava depois do trabói esgoto aéreo...

      Coitado do Zito, ser embarretado assim. Caso para dizer "Damned!!!"

      Braça sem Rolls,
      Djack

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    2. Ali onde está "Sorry bud" ficaria bem melhor "Sorry old chap!, que era a criada". Foi erro de cálculo na língua da Wilson's, associada à falta de um "a". Escrever directamente aqui dá sempre disto.

      Braça gralhenta,
      Djack

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  4. Agradeço a solidariedade, Djack e confesso que ainda hoje sofro a nostalgia dos poucos meses que conduzi aquela maravilha da tecnologia britânica sob os olhares cobiçosos da malta, só comparável à vergonha resultante da devolução forçada e da consequente chacota de que fui alvo...Felizmente que, pouco tempo depois, comprei a meu pai um Seat-500 que ele tinha adquirido, novinho em folha, em Vigo, pois era a melhor maneira de passar despercebido! Coisas da vida!
    Braça saudoso,
    Zito

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